Ela foi minha terapia, e ainda é.
O divã onde sentei minha cabeça perturbada,
que quase sempre, em conversas, me acalmava.
Era o que faltava a minha alma que nunca tive, e nem sei se tenho.
Mas o fato de tê-la, a solidão é mais branda, meus problemas pequenos,
e a vida vai arrastada como uma dor que dá prazer, sem doer.
Não era só minha terapia de amor, mas também de terror,
de personalidade, que me trouxe pra realidade sem existir.
Mas ela existe, consigo senti-la, mas sei que não é nada especial,
tão desinteressantes quanto as outras, e nestes versos perturbadores a exalto,
a consagro como meu tudo, mesmo não a sentindo...
És como um membro fantasma que dá esperança, sem apoio.
Torna-se tudo, mas não é nada, enquanto minha mente embaraça,
vejo a minha própria vida da sacada do meu ser,
vida que suporto ao esquecer.
Ela sempre foi o melhor das minhas poesias,
o melhor do meu coração descrente e pessimista.
E dessa maneira ela sempre me ensina,
sendo estupida, e fraca, e boba, cínica...
Se é amor, digam-me vocês [os que lerem]
porque quem ama nunca vê a cara de um fake.
Pois ama o que há por trás, o sê...